Digite
na busca do Google a palavra “relativismo”
e você encontrará o seguinte verbete:
substantivo
masculino
1. qualidade do que é relativo.
2. fil ponto de vista
epistemológico (adotado pela sofística,
pelo ceticismo, pragmatismo etc.) que afirma a
relatividade do conhecimento humano e a incognoscibilidade do absoluto e da
verdade, em razão de fatores aleatórios e/ou subjetivos (tais como interesses,
contextos históricos, etc.) inerentes ao processo cognitivo.
3. ét doutrina segundo a
qual os valores morais não apresentam validade universal e absoluta,
diversificando-se ao sabor de circunstâncias históricas, políticas e culturais.
Origem
⊙ ETIM relativo + -ismo
Dado o significado do conceito,
provavelmente vivamos não mais o seu auge, coroado pelas teorias científicas do
século XX em várias áreas do conhecimento exato ou humano, mas sim a sua
banalização. Nada mais é, tudo “pode ser”, ou “parece que talvez seja”, enfim,
tudo é relativo nos nossos dias.
E o relativismo do nosso tempo se
alimenta de dois outros ismos. O
hedonismo e o materialismo. Essa tríade compõe a ética contemporânea, ou a
falta dela. Não nos importamos mais com o bem comum, só nos importamos com o
prazer individual e a posse material, custe o que custar e à quem custar, aos
distantes, aos próximos ou a nós mesmos. Somos mimados ao ponto de entendermos
como felicidade o não abrir mão, o não assumir culpa e o não arcar com consequências.
Diferente de adultos de outras eras,
coletivistas – membros da pólis, fiéis ou súditos de alguma coisa – ou até
mesmo dos individualistas clássicos dos séculos XVI ao XIX, que entendiam que
sua liberdade terminava no limite onde começava a do outro, somos os seres
humanos mais egoístas de todos os tempos. Daí a corrupção e a violência crescente
em várias partes do mundo (menos nas que conseguem reprimi-las, o que não chega
a ser uma virtude a priori).
Buscamos incansavelmente uma
saciedade impossível, dada à nossa natureza, mas perseguida com uma voracidade
faminta.
Nessa fome intensa, acabaremos nos
devorando uns aos outros, individual e socialmente, mas ainda estaremos com
fome, mesmo depois que não houver mais nada material, intelectual ou espiritual
para se comer.
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