terça-feira, 1 de abril de 2008

República (15/11/1889 - 31/03/1964)

Após um breve período entre 1889 (Proclamação da República) e 1894, em que o Brasil foi governado por dois militares (Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto), o poder no país passou para as mãos de uma elite cafeicultora principalmente paulista e mineira que, através do clientelismo (troca de favores) e do coronelismo (imposição pela força), manteve-se no poder no Brasil, garantindo a permanência de uma estrutura latifundiária e ultrapassada, até semi-escravista, na economia nacional, na chamada República Oligárquica.
Porém, em 1930, com o apoio dos tenentes (setores descontentes do exército), o gaúcho Getúlio Dorneles Vargas, apoiado pela elite cultural modernista, tomou o poder no Brasil e deu início à era Vargas (1930 – 1945), na qual o país se modernizou, industrializou e urbanizou.
A era Vargas se divide em três fases:
1930 – 1934 (governo provisório / nesse período os cafeicultores tentaram voltar ao poder, em 1932).
1934 – 1937 (período constitucional)
1937 – 1945 (Estado Novo, no qual Getúlio fechou o Congresso e, graças a isso, construiu a base do parque industrial brasileiro e regulamentou as relações trabalhistas através da CLT).
Getúlio contou sempre com o apoio do PSD e do PTB (atual PDT), respectivamente, os partidos da classe média e dos operários, mas também contava com a oposição da UDN, braço político dos oligarcas na época.
Nessa época, havia no Brasil os nazistas (integralistas) e os socialistas (liderados por Luis Carlos Prestes), para completar o cenário político.
Em 1945, com o final da segunda guerra, o modelo estatizante de Getúlio Vargas entrou em crise, devido ao resultado da guerra, e Getúlio aceitou deixar o poder, desde que não perdesse seus direitos políticos.
Começa então o período populista.
Seguiu-se então o governo do general Eurico Gaspar Dutra (1946-1950) e, no país, a disputa política passou a ser entre nacionalistas, que queriam um país livre da dominação estrangeira, principalmente livre do recém formado FMI, e entreguistas, que queriam o Brasil inserido no contexto capitalista internacional. Getúlio era o maior nome nacionalista, Carlos Lacerda, presidente da UDN, era o maior nome dos entreguistas.
Em 1950, ao final do mandato de Dutra, as eleições deram vitória esmagadora ao candidato Getúlio Vargas, que nesse período criou a PETROBRAS, porém, em 1954, devido à tentativa de assassinato de Carlos Lacerda por um agente supostamente ligado ao segurança de Getúlio, Gregório Fortunato (Anjo Negro), a situação passou a se mostrar favorável à um golpe entreguista e Getúlio, em uma de suas maiores "vitórias" políticas, deu um tiro no próprio peito, em agosto de 1954, atrasando o golpe militar em 10 anos.
O povo tomou as ruas revoltado, quebrando jornais entreguistas e obrigando Lacerda a fugir do país por um tempo.
Após um breve período de transição, com os presidentes Carlos Luz, Café Filho e Nereu Ramos, ganha as eleições Juscelino Kubitschek (JK – 1955-1960), que visava aliar características nacionalistas a um relativo investimento estrangeiro, tudo regulado pelo Estado, e só não foi derrubado pela UDN devido ao seu forte apelo popular, ao enfraquecimento das oposições após o suicídio de Getúlio (JK era do mesmo grupo político de Vargas), e à propaganda em torno da construção da novacap (Brasília).
Em 1960 a UDN ganha, pela primeira vez, uma eleição para presidência da República, com Jânio Quadros que, estranhamente, rompe com seu partido e passa a pregar a “política externa independente”, ou seja, reata relações com os países comunistas e diz que o Brasil não têm, necessariamente, que se aliar a nenhum dos lados da Guerra-Fria. Jânio renunciou devido à “forças ocultas” com menos de um ano de mandato. Em seu lugar, assume o seu vice, ex-ministro do trabalho de Getúlio Vargas, o declaradamente socialista João Goulart. O Brasil viveu, por pressão da oposição, um parlamentarismo entre 1961 e 1963, para enfraquecer o presidente.
Porém, um plebiscito indicou que a imensa maioria dos eleitores queria a volta do presidencialismo, fortalecendo o “Jango”. A partir de então o presidente passou a propor profundas transformações para o país através das “reformas de base”.
Acusando-o de comunista, setores específicos da sociedade como a UDN, os latifundiários, parte da classe média e a ala conservadora da Igreja Católica, com apoio da ESG (Escola Superior de Guerra – antigo Clube Militar), promoveram o golpe que iniciou uma Ditadura Militar (1964-1985) responsável por inúmeros atos de desrespeito aos direitos civis e por torturar e matar milhares de brasileiros.
Só entre 1985 e 1989, com a eleição de um civil (Sarney) e as “Diretas” que elegeram Collor, o Brasil se redemocratizou.

2 comentários:

Anônimo disse...

Eita aula de história....

Klaus disse...

Democracia...
Collor, hehehe...

República Verde-Oliva

Na hipótese de que o anseio da parcela mais radicalmente à direita da sociedade brasileira seja atendido, não seria a primeira vez que u...