Naquele tempo, na floresta imperial, duas espécies se impunham sobre as outras dividindo entre si o território: A espécie dos ursos e a espécie dos falcões.
Entre os ursos, a tese central era a de que as formigas, sendo as responsáveis pela produção no território, deveriam elas mesmas gerenciar os recursos e tudo o que era necessário para transformá-los em sobrevivência.
É claro que os ursos levavam em conta que as formigas não estavam preparadas para isso, então era necessário que os mais inteligentes entre os ursos as educassem, gerenciando enquanto isso os recursos em seu nome.
Além disso, como havia aqueles que não entendiam essa verdade absoluta - entre os ursos e entre seus vizinhos falcões - se recusando a aceitar a ordem natural das coisas, os mais fortes entre os ursos se encarregavam da proteção dessa verdade contra as dissidências intrenas e externas, através do monopólio da violência.
Sendo assim, os mais inteligentes entre os ursos, de acordo com a vontade dos mais fortes entre os ursos, governavam em nome das formigas que, não sendo fortes e nem inteligentes, seguiam as ordens do Grande Urso.
Por outro lado, os mais inteligentes entre os falcões, em sua metade da floresta imperial, acreditavam que as formigas, ao garantirem a produção e o consumo, deveriam ser livres para enfrentar os seus próprios problemas por sua própria conta e risco.
Sendo ainda despreparadas para enfrentar tais problemas absolutamente por conta própria, as formigas precisariam da orientação dos mais inteligentes entre os falcões, responsáveis intelectuais e midiáticos por guiá-las.
Ainda assim, entre os falcões e entre seus vizinhos ursos, havia aqueles que não compreendiam tal verdade e, dessa forma, era preciso que os mais ágeis entre os falcões assumissem o citado monopólio da violência, protegendo o grupo dos ursos e de si mesmo.
Dessa maneira, os mais inteligentes entre os falcões, respeitando a posição dos mais ágeis entre os falcões, garantiam a ordem, protegiam o grupo e guiavam as formigas em sua busca pelo direito de resolver seus próprios problemas confortavelmente sozinhas.
As formigas com certeza ainda não estão preparadas, mas falcões e ursos, hoje amigos, estão gordos e felizes.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
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