Naquele tempo, na floresta imperial, duas espécies se impunham sobre as outras dividindo entre si o território: A espécie dos ursos e a espécie dos falcões.
Entre os ursos, a tese central era a de que as formigas, sendo as responsáveis pela produção no território, deveriam elas mesmas gerenciar os recursos e tudo o que era necessário para transformá-los em sobrevivência.
É claro que os ursos levavam em conta que as formigas não estavam preparadas para isso, então era necessário que os mais inteligentes entre os ursos as educassem, gerenciando enquanto isso os recursos em seu nome.
Além disso, como havia aqueles que não entendiam essa verdade absoluta - entre os ursos e entre seus vizinhos falcões - se recusando a aceitar a ordem natural das coisas, os mais fortes entre os ursos se encarregavam da proteção dessa verdade contra as dissidências intrenas e externas, através do monopólio da violência.
Sendo assim, os mais inteligentes entre os ursos, de acordo com a vontade dos mais fortes entre os ursos, governavam em nome das formigas que, não sendo fortes e nem inteligentes, seguiam as ordens do Grande Urso.
Por outro lado, os mais inteligentes entre os falcões, em sua metade da floresta imperial, acreditavam que as formigas, ao garantirem a produção e o consumo, deveriam ser livres para enfrentar os seus próprios problemas por sua própria conta e risco.
Sendo ainda despreparadas para enfrentar tais problemas absolutamente por conta própria, as formigas precisariam da orientação dos mais inteligentes entre os falcões, responsáveis intelectuais e midiáticos por guiá-las.
Ainda assim, entre os falcões e entre seus vizinhos ursos, havia aqueles que não compreendiam tal verdade e, dessa forma, era preciso que os mais ágeis entre os falcões assumissem o citado monopólio da violência, protegendo o grupo dos ursos e de si mesmo.
Dessa maneira, os mais inteligentes entre os falcões, respeitando a posição dos mais ágeis entre os falcões, garantiam a ordem, protegiam o grupo e guiavam as formigas em sua busca pelo direito de resolver seus próprios problemas confortavelmente sozinhas.
As formigas com certeza ainda não estão preparadas, mas falcões e ursos, hoje amigos, estão gordos e felizes.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Animal Político
“O homem é um animal político” – Aristóteles
Os homens estão sempre fazendo política. Mesmo que não seja política partidária, ou mesmo que não se candidate a nada, em cada ação social, no trabalho ou no lazer, cada vez que tenta sustentar um argumento ou que aceita ou contraria uma tese, os seres humanos estão sempre fazendo política.
Um acadêmico que pleiteia uma cadeira em uma determinada universidade, um condômino que defende melhorias no edifício ou condomínio onde vive, um associado que reivindica uma melhoria para seu clube ou o cidadão que argumenta com os amigos em uma trivial discussão no balcão do bar de seu bairro, todos temos nossas posições e a simples defesa de tais posições já constitui prática política.
Na Grécia Antiga, mais especificamente na cidade de Atenas, os chamados “bem-nascidos” ou “eupátridas”, que possuíam plenos direitos civis e políticos, convenciam os seus pares a adotar uma determinada posição em relação aos assuntos da cidade (em grego pólis – raiz do termo política) através de sua capacidade discursiva, a chamada oratória. Quem, mesmo possuidor de tal direito, se abstinha de opinar, acabava tendo que aceitar que os demais tomassem por si mesmos decisões que afetariam também sua vida, já que as políticas públicas afetam a todos, sem distinção.
Nos dias de hoje, quando alguns alegam, sob o justo argumento da desmoralização observada na classe política profissional brasileira, que “não gostam de política” ou que “não se envolvem em política”, estão, ao contrário do que pensam, contribuindo para a continuidade desse estado de coisas.
Muitas são as possibilidades políticas, desde o voto em um determinado candidato até o próprio voto nulo, desde que embasado em argumentos. Porém, se abster do debate, principalmente em épocas decisivas, como os períodos das eleições, é dar carta branca para que os demais decidam pelo futuro da comunidade e, consequentemente, pelo seu próprio futuro.Tomar partido de uma causa coletiva, defendendo os anseios de um determinado grupo, possuindo ou não afinidade com esse grupo específico, é uma atitude nobre e política. Principalmente quando essa atitude se mostra coerente e desinteressada.
Os homens estão sempre fazendo política. Mesmo que não seja política partidária, ou mesmo que não se candidate a nada, em cada ação social, no trabalho ou no lazer, cada vez que tenta sustentar um argumento ou que aceita ou contraria uma tese, os seres humanos estão sempre fazendo política.
Um acadêmico que pleiteia uma cadeira em uma determinada universidade, um condômino que defende melhorias no edifício ou condomínio onde vive, um associado que reivindica uma melhoria para seu clube ou o cidadão que argumenta com os amigos em uma trivial discussão no balcão do bar de seu bairro, todos temos nossas posições e a simples defesa de tais posições já constitui prática política.
Na Grécia Antiga, mais especificamente na cidade de Atenas, os chamados “bem-nascidos” ou “eupátridas”, que possuíam plenos direitos civis e políticos, convenciam os seus pares a adotar uma determinada posição em relação aos assuntos da cidade (em grego pólis – raiz do termo política) através de sua capacidade discursiva, a chamada oratória. Quem, mesmo possuidor de tal direito, se abstinha de opinar, acabava tendo que aceitar que os demais tomassem por si mesmos decisões que afetariam também sua vida, já que as políticas públicas afetam a todos, sem distinção.
Nos dias de hoje, quando alguns alegam, sob o justo argumento da desmoralização observada na classe política profissional brasileira, que “não gostam de política” ou que “não se envolvem em política”, estão, ao contrário do que pensam, contribuindo para a continuidade desse estado de coisas.
Muitas são as possibilidades políticas, desde o voto em um determinado candidato até o próprio voto nulo, desde que embasado em argumentos. Porém, se abster do debate, principalmente em épocas decisivas, como os períodos das eleições, é dar carta branca para que os demais decidam pelo futuro da comunidade e, consequentemente, pelo seu próprio futuro.Tomar partido de uma causa coletiva, defendendo os anseios de um determinado grupo, possuindo ou não afinidade com esse grupo específico, é uma atitude nobre e política. Principalmente quando essa atitude se mostra coerente e desinteressada.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
História em carne e osso
"Se o que pretendem os imperialistas para que haja paz é que deixemos de ser revolucionários, não deixaremos de ser revolucionários, jamais dobraremos a nossa bandeira".
"As bombas podem matar os famintos, os doentes, os ignorantes, mas não podem matar a fome, as doenças, a ignorância".
"Jamais me aposentarei da política, da revolução ou das idéias que tenho. O poder é uma escravidão e sou seu escravo".
"Trairia minha consciência ocupar uma responsabilidade que requer mobilidade e entrega total quando não estou em condições físicas de oferecer isso".
"Condenem-me, não importa, a história me absolverá".
Frases de Fidel Castro, 81, líder da Revolução Cubana de 1959, que saiu do poder por conta própria e popularidade alta no último 19 de fevereiro de 2008.
"As bombas podem matar os famintos, os doentes, os ignorantes, mas não podem matar a fome, as doenças, a ignorância".
"Jamais me aposentarei da política, da revolução ou das idéias que tenho. O poder é uma escravidão e sou seu escravo".
"Trairia minha consciência ocupar uma responsabilidade que requer mobilidade e entrega total quando não estou em condições físicas de oferecer isso".
"Condenem-me, não importa, a história me absolverá".
Frases de Fidel Castro, 81, líder da Revolução Cubana de 1959, que saiu do poder por conta própria e popularidade alta no último 19 de fevereiro de 2008.
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Independência de Kosovo
O apoio ocidental à declaração unilateral de independência de Kosovo em relação à Sérvia é mais um exemplo claro da geopolítica mundial após o colapso do contraponto comunista, entre 1989 e 1991.
O ocidente, liderado pelos EUA, utiliza critérios contraditórios caso a caso de acordo com seus interesses logísticos e estratégicos, vinculados obviamente aos seus interesses econômicos.
Não se trata de concordar com o domínio de uma nação sobre outra ou de um Estado sobre seus vizinhos. O problema é que nem a ONU e nem a OTAN utilizam os mesmo critérios em todos os casos de reivindicações separatistas ou nacionalistas.
Os exemplos são óbvios.
Os organismos internacionais citados jamais concordaram com a possibilidade de separação de Flandres em relação à Bélgica, ou da Catalunha em relação à Espanha, assim como do País Basco, pois ambos os países são seus aliados e interessa mais à comunidade internacional manter os países citados em sua "integridade política e territorial". Outro caso é o de Taiwan em relação à China. O poder econômico e militar chinês força o bloco ocidental ao silêncio, já que não é possível e não interessa o confronto.
No caso da Sérvia, os interesses ocidentais hostilizam declaradamente o país, considerado um obstáculo à integração dos Balcãs ao "mundo ocidental", assim como a Rússia, aliado e "irmão" étnico da Sérvia, além de ser o Estado nacional mais prejudicado com as recentes campanhas coidentais tanto nos Balcãs quanto no Oriente Médio.
As bandeiras americanas hasteadas pelo povo durante as comemorações nas ruas das principais cidades de Kosovo demonstram que o "sonho americano" veio pra ficar. Resta saber até quando a Rússia, com seu passado imperial e imperialista e seu gigantesco arsenal nuclear assistirá calada ao desmanche de sua influência geopolítica no principal quintal dos seus "bons-tempos", a Europa oriental.
O ocidente, liderado pelos EUA, utiliza critérios contraditórios caso a caso de acordo com seus interesses logísticos e estratégicos, vinculados obviamente aos seus interesses econômicos.
Não se trata de concordar com o domínio de uma nação sobre outra ou de um Estado sobre seus vizinhos. O problema é que nem a ONU e nem a OTAN utilizam os mesmo critérios em todos os casos de reivindicações separatistas ou nacionalistas.
Os exemplos são óbvios.
Os organismos internacionais citados jamais concordaram com a possibilidade de separação de Flandres em relação à Bélgica, ou da Catalunha em relação à Espanha, assim como do País Basco, pois ambos os países são seus aliados e interessa mais à comunidade internacional manter os países citados em sua "integridade política e territorial". Outro caso é o de Taiwan em relação à China. O poder econômico e militar chinês força o bloco ocidental ao silêncio, já que não é possível e não interessa o confronto.
No caso da Sérvia, os interesses ocidentais hostilizam declaradamente o país, considerado um obstáculo à integração dos Balcãs ao "mundo ocidental", assim como a Rússia, aliado e "irmão" étnico da Sérvia, além de ser o Estado nacional mais prejudicado com as recentes campanhas coidentais tanto nos Balcãs quanto no Oriente Médio.
As bandeiras americanas hasteadas pelo povo durante as comemorações nas ruas das principais cidades de Kosovo demonstram que o "sonho americano" veio pra ficar. Resta saber até quando a Rússia, com seu passado imperial e imperialista e seu gigantesco arsenal nuclear assistirá calada ao desmanche de sua influência geopolítica no principal quintal dos seus "bons-tempos", a Europa oriental.
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Ética de Rebanho
"A pior forma de tirania que existe é a tirania do fraco sobre o forte. Esta é a única forma de tirania que dura." - Oscar Wilde
Um dos significados do termo civilizado segundo o dicionário Aurélio é: “(...) que possui os costumes e idéias próprios ao estado de civilização”, mas a raiz civilis, ou civil, é a mesma de civilidade (civilitas): “observação das conveniências, das boas maneiras em sociedade, cortesia, urbanidade, polidez”.
As sociedades ditas “civilizadas”, tanto do Oriente quanto do Ocidente, mesmo quando dotadas de características ancestrais violentas ou “bárbaras” e mesmo quando extremamente problemáticas quanto aos seus vizinhos e demais estrangeiros, apresentam, internamente, normas escritas ou consuetudinárias que tornam não apenas mais confortável, mas, sobretudo possível a convivência entre os indivíduos.
Instrumentos como a divindade do governante, no oriente antigo, o medo do hell entre os bárbaros ocidentais ou o monoteísmo submisso judaico-cristão-maometano contribuíam quando a forca, guilhotina ou cadeira elétrica falhavam na manutenção dessa ordem indispensável à sobrevivência e (talvez) à evolução humana.
Na era contemporânea, no que diz respeito ao Ocidente, um novo mecanismo veio à tona nessa busca pela civilidade: a educação. Unanimidade entre os humanistas à ponto de servir de elo entre doutrinas ditas opostas, como o liberalismo burguês e os socialismos utópico, científico e libertário, base dos argumentos pró enciclopédia de Diderot, da luta operária de Marx ou da auto-gestão de Bakunin, a educação serviria para a mobilização das massas, fosse em busca do poder ou do progresso material das nações. Uma boa tipográfica e idéias racionais construíriam a plena civilidade, a “primavera dos povos”, “liberdade, igualdade, fraternidade”, “paz, terra e pão”.
Idéia perfeita e perfeitamente viável, no tempo dos satélites, da fibra-ótica, da TV à cabo, da cultura de massa, da internet de banda larga, finalmente, não obstante os bilhões de seres-humanos que atualmente habitam o planeta, tornou-se possível atingi-los quase em sua totalidade e todos serão educados e civilizados(?). Ou não?
Não, pois a grande maioria da população só tem acesso a programas de TV de péssimos conteúdo e qualidade, que alienam, não educam. Não, pois as empresas de software empregam milhões de seus silício-dólares na luta contra o software livre. Não, pois os preços dos livros, revistas e até jornais são incompatíveis com o orçamento de grande parte da população de países como o Brasil. Não, pois os governos dos países pobres empregam em juros e apoio ao sistema financeiro muito mais dólares do que na educação. Isso sem falar nos gastos militares das grandes potências e de países menos poderosos mas tão ambiciosos quanto.
Assim, aumenta a importância dos mecanismos milenares da violência e da religião na manutenção da civilidade e a alienação substitui a educação, sendo muito mais vantajosa para a manutenção do status-quo.
A civilização acende o fósforo sobre a pólvora ao achar que, embriagado em frente à TV, o indivíduo está civilizado. Ele está controlado, emburrecido, banalizado, seus filhos, sem perspectivas educacionais de qualidade, estão nas ruas, subempregados ou desempregados, engravidando precocemente, sem acesso ao sonho propagado do consumo, inconformados, sem direitos e, portanto, isentos teoricamente de deveres, ameaçando a civilidade prezada pelos que tem acesso a tudo o que lhes falta.
Não se ensina educação à mesa aos que tem fome, não se pode pedir respeito à propriedade aos que não tem nada, não se enxota da calçada quem não tem para onde ir. Ao tomarmos essa atitude, jogamos milhões de pessoas na marginalidade, sujeitando-os à influência dos extremismos políticos e religiosos.
Em meio à pobreza, a busca pela civilidade se torna secundária, só a força mantém o tênue tecido social (ainda que roto) e nesses casos, ocorrem periodicamente os totalitarismos.
Um dos significados do termo civilizado segundo o dicionário Aurélio é: “(...) que possui os costumes e idéias próprios ao estado de civilização”, mas a raiz civilis, ou civil, é a mesma de civilidade (civilitas): “observação das conveniências, das boas maneiras em sociedade, cortesia, urbanidade, polidez”.
As sociedades ditas “civilizadas”, tanto do Oriente quanto do Ocidente, mesmo quando dotadas de características ancestrais violentas ou “bárbaras” e mesmo quando extremamente problemáticas quanto aos seus vizinhos e demais estrangeiros, apresentam, internamente, normas escritas ou consuetudinárias que tornam não apenas mais confortável, mas, sobretudo possível a convivência entre os indivíduos.
Instrumentos como a divindade do governante, no oriente antigo, o medo do hell entre os bárbaros ocidentais ou o monoteísmo submisso judaico-cristão-maometano contribuíam quando a forca, guilhotina ou cadeira elétrica falhavam na manutenção dessa ordem indispensável à sobrevivência e (talvez) à evolução humana.
Na era contemporânea, no que diz respeito ao Ocidente, um novo mecanismo veio à tona nessa busca pela civilidade: a educação. Unanimidade entre os humanistas à ponto de servir de elo entre doutrinas ditas opostas, como o liberalismo burguês e os socialismos utópico, científico e libertário, base dos argumentos pró enciclopédia de Diderot, da luta operária de Marx ou da auto-gestão de Bakunin, a educação serviria para a mobilização das massas, fosse em busca do poder ou do progresso material das nações. Uma boa tipográfica e idéias racionais construíriam a plena civilidade, a “primavera dos povos”, “liberdade, igualdade, fraternidade”, “paz, terra e pão”.
Idéia perfeita e perfeitamente viável, no tempo dos satélites, da fibra-ótica, da TV à cabo, da cultura de massa, da internet de banda larga, finalmente, não obstante os bilhões de seres-humanos que atualmente habitam o planeta, tornou-se possível atingi-los quase em sua totalidade e todos serão educados e civilizados(?). Ou não?
Não, pois a grande maioria da população só tem acesso a programas de TV de péssimos conteúdo e qualidade, que alienam, não educam. Não, pois as empresas de software empregam milhões de seus silício-dólares na luta contra o software livre. Não, pois os preços dos livros, revistas e até jornais são incompatíveis com o orçamento de grande parte da população de países como o Brasil. Não, pois os governos dos países pobres empregam em juros e apoio ao sistema financeiro muito mais dólares do que na educação. Isso sem falar nos gastos militares das grandes potências e de países menos poderosos mas tão ambiciosos quanto.
Assim, aumenta a importância dos mecanismos milenares da violência e da religião na manutenção da civilidade e a alienação substitui a educação, sendo muito mais vantajosa para a manutenção do status-quo.
A civilização acende o fósforo sobre a pólvora ao achar que, embriagado em frente à TV, o indivíduo está civilizado. Ele está controlado, emburrecido, banalizado, seus filhos, sem perspectivas educacionais de qualidade, estão nas ruas, subempregados ou desempregados, engravidando precocemente, sem acesso ao sonho propagado do consumo, inconformados, sem direitos e, portanto, isentos teoricamente de deveres, ameaçando a civilidade prezada pelos que tem acesso a tudo o que lhes falta.
Não se ensina educação à mesa aos que tem fome, não se pode pedir respeito à propriedade aos que não tem nada, não se enxota da calçada quem não tem para onde ir. Ao tomarmos essa atitude, jogamos milhões de pessoas na marginalidade, sujeitando-os à influência dos extremismos políticos e religiosos.
Em meio à pobreza, a busca pela civilidade se torna secundária, só a força mantém o tênue tecido social (ainda que roto) e nesses casos, ocorrem periodicamente os totalitarismos.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
Cada povo tem a elite que merece (e vice-versa)
Em festa no Copacabana Palace no carnaval desse ano, cuja entrada custava R$1.000,00 por pessoa, copos de cerveja e outras bebidas foram derrubados sobre um caríssimo piano, em meio à restos de comida e espumas espirradas sobre a peça presente no hotel desde antes da Bossa Nova, sobre a qual já debruçaram e dedilharam diversos artistas cariocas e visitantes.
Pouco antes, na semana anterior ao carnaval, segundo noticiado na imprensa digital e impressa especializada em TV, no "realista" show global denominado Big Brother (em homenagem ao Grande Irmão de Orwell), um integrante afirmou que "Graças à Deus, não sou 'desses' de ficar lendo livros".
Ainda no contexto do Carnaval, uma das maiores escolas de samba do país associou, em seu samba enredo, um sambista dor de cotovelo como o autoproclamado "Belo", desses que aparecem aos montes de tempos em tempos graças ao jabá das grandes gravadoras, à nomes de poetas como Cartola, Adoniram e Pixinguinha.
Coroando com chave de ouro esse resumo de nosso perfil, a ministra da Integração Racial, assim como outros membros de alto escalão do Governo Federal - eleito por vontade e afinidade com o povo, vale destacar - foi "pega" abusando das compras e passeios particulares com o cartão de crédito corporativo do governo, bancado com o dinheiro de nossos pesadíssimos e injustos impostos.
Será impressão minha ou é essa a "elite" econômica, midiática e política que forma, ou deforma, a consciência e a opinião de milhões de brasileiros, cotidianamente?
Pouco antes, na semana anterior ao carnaval, segundo noticiado na imprensa digital e impressa especializada em TV, no "realista" show global denominado Big Brother (em homenagem ao Grande Irmão de Orwell), um integrante afirmou que "Graças à Deus, não sou 'desses' de ficar lendo livros".
Ainda no contexto do Carnaval, uma das maiores escolas de samba do país associou, em seu samba enredo, um sambista dor de cotovelo como o autoproclamado "Belo", desses que aparecem aos montes de tempos em tempos graças ao jabá das grandes gravadoras, à nomes de poetas como Cartola, Adoniram e Pixinguinha.
Coroando com chave de ouro esse resumo de nosso perfil, a ministra da Integração Racial, assim como outros membros de alto escalão do Governo Federal - eleito por vontade e afinidade com o povo, vale destacar - foi "pega" abusando das compras e passeios particulares com o cartão de crédito corporativo do governo, bancado com o dinheiro de nossos pesadíssimos e injustos impostos.
Será impressão minha ou é essa a "elite" econômica, midiática e política que forma, ou deforma, a consciência e a opinião de milhões de brasileiros, cotidianamente?
Assinar:
Postagens (Atom)
República Verde-Oliva
Na hipótese de que o anseio da parcela mais radicalmente à direita da sociedade brasileira seja atendido, não seria a primeira vez que u...
-
Em 1932 o Brasil vivia um momento conturbado, durante a presidência de Getúlio Vargas, que governava o Brasil desde 1930 sem uma constit...
-
Celebrar o carnaval é reafirmar o direito inalienável do brasileiro à liberdade. Afinal, gostando ou não do evento, a folia pagã do carnaval...
-
Analisando o possível resultado das eleições legislativas britânicas do próximo dia 08, o professor Adrian Pabst avaliou que a esquerda perd...