terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Pra Pensar

No século V, as sociedades tribais européias pós-queda de Roma eram analfabetas, moravam em cabanas de palha e baseavam sua lei nos costumes (direito consuetudinário). Nove séculos depois eles morriam de peste, devido à falta de higiene, enquanto acreditavam que rezar seria o melhor remédio, queimando bruxas em fogueiras “santas”. No século XV, enquanto as regras gramaticais das línguas européias eram inventadas por homens como Shakespeare, Cervantes e Camões, a ciência renascia da antiguidade e o homem se lançou à aventura ultramarina. Mais trezentos anos se passou e então, só então, no século XVIII, foi reinventada a democracia, baseada em princípios universalistas e direitos individuais defendidos por Rousseau, Montesquieu e demais intelectuais nas universidades modernas. Já no século XIX, Proudhon, Marx e Bakunin, de maneira diversa um do outro, pensaram a classe trabalhadora pós-segunda revolução industrial, incluindo uma nova camada social no projeto econômico e político do mundo. E, mesmo assim, nada disso impediu que o século XX fosse recheado de guerras capitalistas e mortes desnecessárias.
Assim como a evolução biológica que, segundo Darwin, não dá saltos, a evolução política também não. E nem tudo se pode aprender na teoria.
Pense nisso!

Um comentário:

Yaya Salomão disse...

É certo que, sem dúvidas, a evolução política não dá saltos, porém devemos atentar para o fato de que, a reação humana aos acontecimentos, além de não dar saltos, é muito diversificada, porém previsivel.
Cometemos os mesmos erros mesquinhos que cometeram os primeiros humanos que se submeteram a qualquer sociedade.
Como foi dito uma vez por Rousseau e como de fato é, o dever de um governante não é tirar a nossa liberdade para podermos conviver em sociedade e sim, proteger a nossa liberdade individual para possamos conviver em sociedade.
Antes tinhamos guerras visando a conquista de espaço, mercado, capital. Hoje temos guerras visando, além disso, a conquista de técnologias, capital, influência política, influência ideológica, recursos naturais, contrabando, no fundo, os mesmos motivos.
Será que valeu mesmo a pena toda essa 'evolução' - se é que podemos chamá-la assim - politico-social?
Isso nos joga de novo ao pensamento de intelectuais modernos.
Você, historiador como é, sabe que a história, atravéz de erros do passado, mostra os erros futuros.
Acompanhando a situação atual, e, como você mesmo citou em aula hoje, uma aparente ofuscação do ideal iluminista em alguns lugares e o "descobrimento" dele em outros, pense.
Qual será o erro?

Yagnês.

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