sábado, 2 de abril de 2016

2016 não é 1964

Nosso governo não é de esquerda; os bancos batem recordes de lucro ano após ano sucessivamente; parte da indústria e o agronegócio foram até recentemente alimentados por subsídios e isenções em iniciativas do governo federal; empreiteiras superfaturaram (e superfaturam) à vontade; os interesses de empresas e governos estrangeiros não estão sendo ameaçados; nossa economia está totalmente inserida no tal do “capitalismo internacional”, antes conhecido como “divisão internacional do trabalho”, o que também é do interesse dos donos do nosso “mercado”; não há nenhuma proposta séria de reforma política, social ou econômica em pauta no país; e nenhum tema polêmico vem recebendo atenção ou apoio do governo federal. 
Além disso, João Goulart ainda tinha, pouco antes de cair, apoio de parte significativa de uma população realmente dividida entre governistas e opositores.
Ou seja, a analogia entre 1964 e 2016 é uma simples fantasia alimentada pelo ressentimento das viúvas da Guerra Fria, nada mais que isso. Não há um golpe em curso. O que há é um processo de impeachment articulado pelo pior congresso da nossa história contra o pior governo da nossa história. O PT está sendo engolido pelas cobras que ele próprio alimentou. Bem feito.

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