O presidente paraguaio, Fernando Lugo, é um canalha!
Ainda que avesso à "categoricismos", é inevitável resistir à tentação dessa afirmação mais do que óbvia.
Afinal, Lugo era um membro da Igreja Católica paraguaia, bispo da diocese de San Pedro e conhecido como "bispo dos pobres". Quando resolveu entrar para a política, Lugo entrou com um pedido de dispensa clerical e, após ser candidato à presidente, conseguiu a tal dispensa, sendo eleito para governar o país fronteiriço com o Brasil. Ainda assim, Lugo continua usando o acessório branco na gola das camisas (o qual me foge o nome), como se fosse algum tipo de sacerdote, provavelmente para gerar mais confusão ainda na cabeça de seus eleitores mais humildes ou menos esclarecidos (padre comunista ou comunista padre?).
Até aí, (quase) tudo bem.
Mas o pior vem depois.
Após a confirmação de que um filho seu, ilegítimo, ou seja, não reconhecido, vivia em estado de pobreza ao lado da mãe, que teve um caso com Lugo quando este ainda era bispo e, após o exame de DNA provar cientificamente o parentesco com Lugo, outros casos estão surgindo de mães extremamente pobres que se dizem ex-amantes do tal presidente e, em todos os casos, estas mães aceitaram a realização de exames de DNA em seus filhos para confirmar a paternidade de Lugo em relação à eles, nascidos logo após os citados "casos". A maioria delas é composta por mulheres humildes que foram pedir algum tipo de auxílio à Lugo quando ele ainda era o "bispo dos pobres" de San Pedro.
Não se trata aqui de discutir a questão do celibato clerical, com o qual pouco importa se eu concordo ou não (e não concordo), uma vez que não sou clérigo e nem vou à Igreja, ainda que defenda a liberdade religiosa (assim como qualquer outra). Não se trata também de um discurso moralista, uma vez que concordo com Freud sobre a relação entre querer poder e querer aumentar sua oferta sexual (Zeus é meu deus favorito).
Se trata, na verdade, de questionar o quanto de "amor ao próximo" ou de "responsabilidade social" tem um homem que, ao se aproveitar de mulheres pobres que precisavam de seu auxílio, ignora e deixa na pobreza seus próprios filhos, os quais só reconhece por ordem judicial. Afinal, por quem pode se responsabilizar quem não se responsabiliza nem pelos seus?
De coerente nesse caso, só uma coisa: o clérigo Lugo não usava camisinha.
terça-feira, 21 de abril de 2009
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