Quanto vale uma vida civil? Seja ela palestina, americana, israelense ou iraquiana? O que distingue terrorismo de ação militar? O poder, a tecnologia ou a capacidade de marketing e o controle dos meios de comunicação?
O que separa um judeu massacrado de maneira desumana durante a segunda guerra e um palestino massacrado de maneira desumana na Faixa de Gaza?
O que separa (além de 5 séculos!) Hitler dos governos escravocratas da América, ou dos pioneiros do Oeste dos EUA?
Quanto vale a vida dos milhões de africanos portadores de HIV que correm o risco de ficar sem remédio graças ao interesse dos grandes laboratórios? E dos flagelados da seca nordestina? E a vida das mães e pais israelenses e palestinos que amargam uma sangrenta e diária guerra? E a vida dos iraquianos humilhados pelo sadismo de tropas privadas de mercenários e de guerreiros tribais xiitas e sunitas, quanto vale? E a vida dos desempregados da suposta crise financeira? E a vida dos cidadãos israelenses, libaneses, turcos, espanhóis, italianos, colombianos, argentinos e tantos outros, vítimas do terrorismo laico/religioso de direita/esquerda?
E a vida das vítimas das diversas ditaduras, quanto vale?
E a vida dos reféns das Farc?
Quanto vale uma vida civil?
É justo tomar partido? Existe o bem e o mal (também) na política?
De que rebanho você faz parte?
Na história, o que hoje parece verdade, amanhã pode se revelar só um jogo de cena.
O rebanho sempre tende a ir junto para o brejo ou o desfiladeiro. Quem se atrever a seguir a risca uma ideologia inevitavelmente irá se deparar com o fundamentalismo (geralmente nos momentos em que se torna impossível continuar a defender racionalmente o que se tem por verdade absoluta ou “revelação” – daí a repressão promovida por absolutismos quando no poder, como no caso das Revoluções jacobina, chinesa, russa ou iraniana, assim como nas sociedades em que a moral tradicional determina a vida social, como em algumas regiões de Israel, em parte dos países árabes ou entre os amish e os quakers da América do Norte).
O indivíduo, ao menos o que se faz livre da “moral de rebanho”, consegue circular nas “zonas cinza”, mesmo fora de sua “área de segurança”, e entender as circunstâncias, qualidades e defeitos da realidade que o cerca.
É a única moral possível, com o potencial de promover a cada um a possibilidade de buscar a plenitude de si mesmo.
O resto é propaganda.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
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Um comentário:
Muito bom o texto Conrado !
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