A eleição dos EUA afeta e, consequentemente, mobiliza o mundo inteiro, já que a superpotência atual, ainda que indicando sinais de abalo, exerce e projeta poder global desde a 2ª Guerra Mundial e, exatamente por este motivo, as decisões da Casa Branca costumam afetar mais do que o território continental do país.
Nascido de uma Revolução Iluminista, em 04 de julho de 1776, e com sua história recheada de conflitos internos e externos, como a Guerra de Independência, a Guerra de Secessão, as duas Guerras Mundiais e a Guerra do Vietnã, da qual o candidato republicano McCain é sobrevivente, os EUA, ainda assim, sempre sinalizaram ao mundo como uma luz, ou tocha, como na famosa estátua, de liberdade e respeito às individualidades, ainda mais quando foi resolvendo suas próprias contradições internas, concedendo liberdade (no século XIX) e, depois, cidadania aos negros em todo o território (ainda que tardiamente, já no século XX) e direito de voto às mulheres, entre outras medidas humanistas.
Ainda assim, os casos de intolerância em geral e de racismo, especificamente, costumam ser mais freqüentes na história desse poderoso país do que os seus defensores gostariam que fosse, principalmente em algumas regiões aonde o sistema de plantation foi usado com mais intensidade, como nas áreas do Sul e Central do país (tradicionais redutos da famigerada Ku Klux Klan), em contraste com as litorâneas Nova Iorque, Miami e Los Angeles, tradicionais locais de universalismo e cosmopolitismo, ou na Louisiana, antiga colônia francesa, comprada por Abraham Lincoln, o mais “popular” presidente americano, aonde a cultura “afro” se estabeleceu com vigor, em área na qual vigorou o escravismo por muitas décadas.
Abraham Lincoln, aliás, que foi assassinado por um sulista radical, após liderar a União na Guerra de Secessão contra os Confederados do Sul, é uma referência para Obama, o candidato democrata que provavelmente será confirmado presidente pelo colégio eleitoral, após ser eleito pela maioria dos eleitores nas urnas no último dia 04 de novembro. Isso, é claro, se não se repetir o que aconteceu com Al Gore, que levou nas urnas a maioria dos votos, mas foi derrotado no colégio eleitoral pelo atual presidente George Bush, um dos responsáveis pela desmoralização atual dos EUA e pelo crescimento do antiamericanismo no mundo, graças à vocação para a guerra e à incompetência econômica e social de seu governo.
Caso Obama se confirme no cargo, será a primeira vez que a democracia mais influente do mundo irá eleger um afro-descendente para o cargo de presidente, ocupado até então pela elite WASP desde George Washington.
Aqueles que acreditam no potencial americano e nos valores que construíram essa importante nação torcem para que isso aconteça.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
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2 comentários:
muito bom o texto Conrado
parabéns, textos muito esclarecedores!
e que essa Utopia depositada em relação aos EUA, não se torne uma Distopia, like always...
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