sexta-feira, 4 de julho de 2008

Qual capital???

Lucro e riqueza, por um bom tempo, principalmente no Brasil, foram "pragas" condenáveis por grande parte da "intelectualidade", como as novas pragas do Egito, ou como uma espécie de lepra incurável... mas sem a "vantagem" do contágio.
Os capitalistas eram caricaturados como bufões enormes e preguiçosos, mais próximos da idéia do barão decadente da Baixa Idade Média ou do latifundiário escravocrata e analfabeto dos tempos da colônia e até a primeira fase da República.
Porém, a aposentadoria de Bill Gates, tão noticiada nas últimas semanas, serviu para levantar uma discussão que, pelo menos desde 1989, estava prestes a vir a tona.
Vejamos:
Qual a origem de todos os confortos tecnológicos e científicos dos quais usufruímos, e da própria produção cultural de massa que nos atinge cotidianamente, pelo MP3, pelo PC, pelo Palm, pelo celular, pela TV ou pelo rádio, entre outros veículos? E os avanços da medicina e da indústria química, de onde vêm?
A resposta é simples: são produtos industrializados, ou seja, resultado da Revolução Industrial, principalmente a partir da 2ª (século XIX).
Por outro lado, mas não menos importante, é inegável que a Revolução Industrial foi e ainda é resultado do investimento da burguesia que, utilizando os recursos obtidos com a "acumulação primitiva" moderna, investiu em países que forneciam mínima segurança e uma certa garantia de respeito aos seus investimentos e à suas propriedades. Esses países, inicialmente Inglaterra e França e, em seguida, EUA, eram aqueles que, através de estratégias políticas (Inglaterra) ou de revoluções (EUA e França), haviam colocado a burguesia no poder político e, então, adotaram leis e políticas públicas voltadas ao estímulo e à proteção da atividade capitalista.
Nesses países, a atuação capitalista prosperou gerando emprego, renda e até mesmo riqueza para a sociedade como um todo e para parte considerável dos indivíduos do grupo, além de garantir a subsistência dos menos afortunados.
(Foi também nessas sociedades que o respeito às iniciativas privadas e aos direitos individuais fez prosperar o até hoje maior exemplo de respeito ao "eu" assistido pela história humana, mas isso já é outro assunto.)
Sendo assim, negar a importância da parte "saudável" da burguesia para a evolução humana é contrariar a história, afinal, homens como Henry Ford, Irineu Evangelista de Souza, Enzo e Dino Ferrari e Bill Gates, além de tantos outros anônimos e que nada se assemelham ao estereótipo do capitalista, foram fundamentais para a evolução humana. Sem os seus investimentos e empreendedorismo, estaríamos tecnologicamente no século XVIII, morrendo de tuberculose, gripe e sífilis.

Nenhum comentário:

República Verde-Oliva

Na hipótese de que o anseio da parcela mais radicalmente à direita da sociedade brasileira seja atendido, não seria a primeira vez que u...