Na Venezuela, o popular Hugo Chavez proibiu a veiculação do desenho "Os Simpsons", afirmando que "não colabora para a educação íntegra das nossas crianças." O mesmo Chavez que fechou uma rede de televisão por cometer o "pecado" de se opor ao seu governo.
No Irã, o popular Ahmaninejad cogita proibir a venda de brinquedos ocidentais, principalmente bonecas e bonecos Barbie e de super-heróis. A alegação: "Destrói nossa cultura". Também no Irã, o filme "300" foi proibido por "deturpar a história do glorioso império persa".
No Brasil, no Canadá, na França ou até mesmo nos EUA do Bush, ninguém é obrigado a assistir ou comprar o que não queira. E nem proibido!
Meu censor é o controle remoto. Educação é consciência dos direitos e deveres de cada um.
O censor que fecha hoje o veículo que te incomoda, amanhã fecha o seu blog! Não me obriguem a ler a maldita Veja, mas também não me proibam... e assim por diante.
Está na hora da galerinha "politizada" rever os seus valores.
terça-feira, 29 de abril de 2008
Entreguistas destros e canhotos
Eu vejo com preocupação o apoio de setores da "esquerda" brasileira à nacionalização das refinarias da Petrobrás na Bolívia, assim como à proposta do novo presidente paraguaio de "renegociar" o preço da energia elétrica de Itaipu.
Assim como o gás da Bolívia não tem valor nenhum abaixo do solo, sem que haja a tecnologia que permite sua prospecção e utilização, Itaipu foi construída graças ao dinheiro nacional e, sem ele, sem o investimento brasileiro, o Paraguai estaria no escuro.
O incômodo maior é que essa mesma esquerda vivia, até bem pouco tempo atrás, a "chorar" a entrega de nossas riquezas ao capital internacional, porém, quando se trata de atender ao populismo latino, se mostra disposta a entregar até as calças.
Os problemas sociais no Brasil são amplos e urgentes, não podemos nos dar ao luxo de atender demandas de vizinhos mal resolvidos e, se eu não posso concordar que empresas de potências estrangeiras venham até aqui tomar o que temos, seja na Amazônia ou no Atlântico, também não posso admitir que o populismo dos hermanos se alavanque na desapropriação indevida dos investimentos feitos em seus países às custas dos impostos pagos pelos brasileiros.
Se o Hugo Chavez se considera no direito de intervir entre o Equador e a Colômbia, enquanto o Bush se considera no direito de intervir no mundo, problema deles (e de suas vítimas), só não nos encham o saco. Se as coisas continuarem desse jeito, em breve estaremos discutindo a retomada da "diplomacia" nos moldes do 2º Reinado. Chamem o Caxias!
Assim como o gás da Bolívia não tem valor nenhum abaixo do solo, sem que haja a tecnologia que permite sua prospecção e utilização, Itaipu foi construída graças ao dinheiro nacional e, sem ele, sem o investimento brasileiro, o Paraguai estaria no escuro.
O incômodo maior é que essa mesma esquerda vivia, até bem pouco tempo atrás, a "chorar" a entrega de nossas riquezas ao capital internacional, porém, quando se trata de atender ao populismo latino, se mostra disposta a entregar até as calças.
Os problemas sociais no Brasil são amplos e urgentes, não podemos nos dar ao luxo de atender demandas de vizinhos mal resolvidos e, se eu não posso concordar que empresas de potências estrangeiras venham até aqui tomar o que temos, seja na Amazônia ou no Atlântico, também não posso admitir que o populismo dos hermanos se alavanque na desapropriação indevida dos investimentos feitos em seus países às custas dos impostos pagos pelos brasileiros.
Se o Hugo Chavez se considera no direito de intervir entre o Equador e a Colômbia, enquanto o Bush se considera no direito de intervir no mundo, problema deles (e de suas vítimas), só não nos encham o saco. Se as coisas continuarem desse jeito, em breve estaremos discutindo a retomada da "diplomacia" nos moldes do 2º Reinado. Chamem o Caxias!
domingo, 27 de abril de 2008
As eras e os indivíduos
Com a decadência do modelo civilizatório greco-romano, no século V d.C., a vida privada entrou em total declínio e a socialização forçada dos indivíduos em torno de uma "lógica de formigueiro" acabou por destruir os valores individuais e, consequentemente, humanistas.
Mesmo com o Renascimento Cultural, que buscava a retomada dos valores e da cultura da Antiguidade Clássica, em oposição ao cristianismo fundamentalista da Idade Média, a idéia do poder absoluto do rei e a organização da sociedade em castas ou estamentos pouco contribuiu para o desenvolvimento do indivíduo livre e consciente.
Somente o século das luzes, período de desenvolvimento da razão iluminista, permitiu tal feito, de fundamental importância na formação do homem, mesmo não sendo garantia de felicidade, ou pelo contrário, como bem desenvolveram Sartre ou Nietzsche, cada um com seu grau de acidez.
Ainda assim, a liberdade individual teve que enfrentar, ao longo do século XX, a oposição de teorias totalitárias, como o socialismo "real" stalinista, que via na família tradicional e no indivíduo que se desgarrava dela a gênese do pensamento burguês, estimulando a vida em insalubres alojamentos coletivos, nos quais a noção de propriedade e individualidade eram esmagadas pelo pensamento e prática social "comum". Por sua vez, o nazismo, ainda que entendesse na família ariana a base da "grandeza" nacional, estimulava um vínculo ideológico com a "verdade" que superava até mesmo a lealdade fraternal, garantindo assim que o germanismo fosse a única forma irreparável de vínculo, em nome da qual filhos delatavam pais, esposas entregavam maridos e amigos matavam amigos para garantir a "pureza" e a "saúde" do nacional socialismo.
Ainda que injusto, estressante e desigual, o pensamento liberal-iluminista é o único que permite que sejamos a única coisa que devemos e merecemos ser: nós mesmos, em nosso mais alto grau de possibilidade e com todas as "dores e delícias" que isso proporciona.
Escrevam, com gosto, em meu epitáfio: "Estressado, porém, Livre".
Em tempo: É evidente que a liberdade a que me refiro tem suas barreiras, principalmente econômicas, mas, nesse modelo, todas as possibilidades estão em aberto. Diferente das limitações totalitárias que, antes mesmo de seu nascimento, definem o limite de sua existência.
A opção entre a segurança de uma vida predefinida e o stress de uma vida em aberto nunca me foi difícil.
Mesmo com o Renascimento Cultural, que buscava a retomada dos valores e da cultura da Antiguidade Clássica, em oposição ao cristianismo fundamentalista da Idade Média, a idéia do poder absoluto do rei e a organização da sociedade em castas ou estamentos pouco contribuiu para o desenvolvimento do indivíduo livre e consciente.
Somente o século das luzes, período de desenvolvimento da razão iluminista, permitiu tal feito, de fundamental importância na formação do homem, mesmo não sendo garantia de felicidade, ou pelo contrário, como bem desenvolveram Sartre ou Nietzsche, cada um com seu grau de acidez.
Ainda assim, a liberdade individual teve que enfrentar, ao longo do século XX, a oposição de teorias totalitárias, como o socialismo "real" stalinista, que via na família tradicional e no indivíduo que se desgarrava dela a gênese do pensamento burguês, estimulando a vida em insalubres alojamentos coletivos, nos quais a noção de propriedade e individualidade eram esmagadas pelo pensamento e prática social "comum". Por sua vez, o nazismo, ainda que entendesse na família ariana a base da "grandeza" nacional, estimulava um vínculo ideológico com a "verdade" que superava até mesmo a lealdade fraternal, garantindo assim que o germanismo fosse a única forma irreparável de vínculo, em nome da qual filhos delatavam pais, esposas entregavam maridos e amigos matavam amigos para garantir a "pureza" e a "saúde" do nacional socialismo.
Ainda que injusto, estressante e desigual, o pensamento liberal-iluminista é o único que permite que sejamos a única coisa que devemos e merecemos ser: nós mesmos, em nosso mais alto grau de possibilidade e com todas as "dores e delícias" que isso proporciona.
Escrevam, com gosto, em meu epitáfio: "Estressado, porém, Livre".
Em tempo: É evidente que a liberdade a que me refiro tem suas barreiras, principalmente econômicas, mas, nesse modelo, todas as possibilidades estão em aberto. Diferente das limitações totalitárias que, antes mesmo de seu nascimento, definem o limite de sua existência.
A opção entre a segurança de uma vida predefinida e o stress de uma vida em aberto nunca me foi difícil.
terça-feira, 22 de abril de 2008
Jazz
Talvez a melhor expressão artística da liberdade seja o Jazz.
Nascido em senzalas, penitenciárias e igrejas da América do Norte, locais que por si só já representam repressão, tem na liberdade do improviso sua mais marcante característica, pelo menos para um leigo, mero fã, como eu.
Retrato de uma subsjetividade tipicamente urbana, inspirador do pensamento livre do século XX, instrumento de devaneios e estimulante da subjetividade, o Jazz é uma das mais fascinantes "descobertas" humanas.
Serviu para integrar etnias, a partir da Louisiana, seguindo para NY e, pouco depois, pra Califórnia, além de contribuir para a conquista de direitos civis para os negros nos EUA, ainda que só em meados do século XX, quase 50 anos após seus primeiros registros.
"História Social do Jazz" e "Pessoas Extraordinárias: Resistência, Rebelião e Jazz", ambos de Eric Hobsbawn, são dois deliciosos relatos de um dos maiores historiadores vivos sobre o assunto.
Pra ler, ouvir e sentir.
Nascido em senzalas, penitenciárias e igrejas da América do Norte, locais que por si só já representam repressão, tem na liberdade do improviso sua mais marcante característica, pelo menos para um leigo, mero fã, como eu.
Retrato de uma subsjetividade tipicamente urbana, inspirador do pensamento livre do século XX, instrumento de devaneios e estimulante da subjetividade, o Jazz é uma das mais fascinantes "descobertas" humanas.
Serviu para integrar etnias, a partir da Louisiana, seguindo para NY e, pouco depois, pra Califórnia, além de contribuir para a conquista de direitos civis para os negros nos EUA, ainda que só em meados do século XX, quase 50 anos após seus primeiros registros.
"História Social do Jazz" e "Pessoas Extraordinárias: Resistência, Rebelião e Jazz", ambos de Eric Hobsbawn, são dois deliciosos relatos de um dos maiores historiadores vivos sobre o assunto.
Pra ler, ouvir e sentir.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Quem libertará o Tibete do... Tibete?
Apesar de concordar com Churchil, pra quem "a democracia é o menos pior dos modelos até hoje experimentados pela humanidade", acho no mínimo risível o envolvimento dos cidadãos de mentalidade média das democracias imperialistas ocidentais nas campanhas contra a China e a coitada da tocha olímipica, em "resposta" aos abusos contra os direitos humanos no Tibete.
Abuso aos direitos humanos tem na cadeia mais próxima de sua casa, e na favela do bairro vizinho. Abuh Graib também tinha, Guantánamo ainda tem.
Além disso, caso a China abra mão do Tibet, o que vai acontecer? O "guia profundo como o oceano", digo, o Dalai Lama, ou seja, a encarnação do "macaco primordial*" vai reassumir o poder, restabelecendo um regime despótico e teocrático em pleno século XXI? E com apoio da comunidade internacional??? Então tá.
Abaixo o fundamentalismo do Grande Guia! Viva o fundamentalismo do Supremo Macaco!
*No Tibete, o mito da criação não é Adão e Eva. Eles acreditam ser descendentes de um macaco deus que fez seis filhos em uma demônia. O Dalai Lama seria a manifestação carnal (não hereditária, devido ao celibato) desse macaco-deus. É claro que existe um "alto clero" pra decidir quem personificou o símio. Existe também, como em todo governo teocrático ou teocêntrico da História, uma nobreza dona de terras e uma massa enorme de servos.
Deixem que o Tibete tiranize a si próprio!
Abuso aos direitos humanos tem na cadeia mais próxima de sua casa, e na favela do bairro vizinho. Abuh Graib também tinha, Guantánamo ainda tem.
Além disso, caso a China abra mão do Tibet, o que vai acontecer? O "guia profundo como o oceano", digo, o Dalai Lama, ou seja, a encarnação do "macaco primordial*" vai reassumir o poder, restabelecendo um regime despótico e teocrático em pleno século XXI? E com apoio da comunidade internacional??? Então tá.
Abaixo o fundamentalismo do Grande Guia! Viva o fundamentalismo do Supremo Macaco!
*No Tibete, o mito da criação não é Adão e Eva. Eles acreditam ser descendentes de um macaco deus que fez seis filhos em uma demônia. O Dalai Lama seria a manifestação carnal (não hereditária, devido ao celibato) desse macaco-deus. É claro que existe um "alto clero" pra decidir quem personificou o símio. Existe também, como em todo governo teocrático ou teocêntrico da História, uma nobreza dona de terras e uma massa enorme de servos.
Deixem que o Tibete tiranize a si próprio!
terça-feira, 1 de abril de 2008
República (15/11/1889 - 31/03/1964)
Após um breve período entre 1889 (Proclamação da República) e 1894, em que o Brasil foi governado por dois militares (Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto), o poder no país passou para as mãos de uma elite cafeicultora principalmente paulista e mineira que, através do clientelismo (troca de favores) e do coronelismo (imposição pela força), manteve-se no poder no Brasil, garantindo a permanência de uma estrutura latifundiária e ultrapassada, até semi-escravista, na economia nacional, na chamada República Oligárquica.
Porém, em 1930, com o apoio dos tenentes (setores descontentes do exército), o gaúcho Getúlio Dorneles Vargas, apoiado pela elite cultural modernista, tomou o poder no Brasil e deu início à era Vargas (1930 – 1945), na qual o país se modernizou, industrializou e urbanizou.
A era Vargas se divide em três fases:
1930 – 1934 (governo provisório / nesse período os cafeicultores tentaram voltar ao poder, em 1932).
1934 – 1937 (período constitucional)
1937 – 1945 (Estado Novo, no qual Getúlio fechou o Congresso e, graças a isso, construiu a base do parque industrial brasileiro e regulamentou as relações trabalhistas através da CLT).
Getúlio contou sempre com o apoio do PSD e do PTB (atual PDT), respectivamente, os partidos da classe média e dos operários, mas também contava com a oposição da UDN, braço político dos oligarcas na época.
Nessa época, havia no Brasil os nazistas (integralistas) e os socialistas (liderados por Luis Carlos Prestes), para completar o cenário político.
Em 1945, com o final da segunda guerra, o modelo estatizante de Getúlio Vargas entrou em crise, devido ao resultado da guerra, e Getúlio aceitou deixar o poder, desde que não perdesse seus direitos políticos.
Começa então o período populista.
Seguiu-se então o governo do general Eurico Gaspar Dutra (1946-1950) e, no país, a disputa política passou a ser entre nacionalistas, que queriam um país livre da dominação estrangeira, principalmente livre do recém formado FMI, e entreguistas, que queriam o Brasil inserido no contexto capitalista internacional. Getúlio era o maior nome nacionalista, Carlos Lacerda, presidente da UDN, era o maior nome dos entreguistas.
Em 1950, ao final do mandato de Dutra, as eleições deram vitória esmagadora ao candidato Getúlio Vargas, que nesse período criou a PETROBRAS, porém, em 1954, devido à tentativa de assassinato de Carlos Lacerda por um agente supostamente ligado ao segurança de Getúlio, Gregório Fortunato (Anjo Negro), a situação passou a se mostrar favorável à um golpe entreguista e Getúlio, em uma de suas maiores "vitórias" políticas, deu um tiro no próprio peito, em agosto de 1954, atrasando o golpe militar em 10 anos.
O povo tomou as ruas revoltado, quebrando jornais entreguistas e obrigando Lacerda a fugir do país por um tempo.
Após um breve período de transição, com os presidentes Carlos Luz, Café Filho e Nereu Ramos, ganha as eleições Juscelino Kubitschek (JK – 1955-1960), que visava aliar características nacionalistas a um relativo investimento estrangeiro, tudo regulado pelo Estado, e só não foi derrubado pela UDN devido ao seu forte apelo popular, ao enfraquecimento das oposições após o suicídio de Getúlio (JK era do mesmo grupo político de Vargas), e à propaganda em torno da construção da novacap (Brasília).
Em 1960 a UDN ganha, pela primeira vez, uma eleição para presidência da República, com Jânio Quadros que, estranhamente, rompe com seu partido e passa a pregar a “política externa independente”, ou seja, reata relações com os países comunistas e diz que o Brasil não têm, necessariamente, que se aliar a nenhum dos lados da Guerra-Fria. Jânio renunciou devido à “forças ocultas” com menos de um ano de mandato. Em seu lugar, assume o seu vice, ex-ministro do trabalho de Getúlio Vargas, o declaradamente socialista João Goulart. O Brasil viveu, por pressão da oposição, um parlamentarismo entre 1961 e 1963, para enfraquecer o presidente.
Porém, um plebiscito indicou que a imensa maioria dos eleitores queria a volta do presidencialismo, fortalecendo o “Jango”. A partir de então o presidente passou a propor profundas transformações para o país através das “reformas de base”.
Acusando-o de comunista, setores específicos da sociedade como a UDN, os latifundiários, parte da classe média e a ala conservadora da Igreja Católica, com apoio da ESG (Escola Superior de Guerra – antigo Clube Militar), promoveram o golpe que iniciou uma Ditadura Militar (1964-1985) responsável por inúmeros atos de desrespeito aos direitos civis e por torturar e matar milhares de brasileiros.
Só entre 1985 e 1989, com a eleição de um civil (Sarney) e as “Diretas” que elegeram Collor, o Brasil se redemocratizou.
Porém, em 1930, com o apoio dos tenentes (setores descontentes do exército), o gaúcho Getúlio Dorneles Vargas, apoiado pela elite cultural modernista, tomou o poder no Brasil e deu início à era Vargas (1930 – 1945), na qual o país se modernizou, industrializou e urbanizou.
A era Vargas se divide em três fases:
1930 – 1934 (governo provisório / nesse período os cafeicultores tentaram voltar ao poder, em 1932).
1934 – 1937 (período constitucional)
1937 – 1945 (Estado Novo, no qual Getúlio fechou o Congresso e, graças a isso, construiu a base do parque industrial brasileiro e regulamentou as relações trabalhistas através da CLT).
Getúlio contou sempre com o apoio do PSD e do PTB (atual PDT), respectivamente, os partidos da classe média e dos operários, mas também contava com a oposição da UDN, braço político dos oligarcas na época.
Nessa época, havia no Brasil os nazistas (integralistas) e os socialistas (liderados por Luis Carlos Prestes), para completar o cenário político.
Em 1945, com o final da segunda guerra, o modelo estatizante de Getúlio Vargas entrou em crise, devido ao resultado da guerra, e Getúlio aceitou deixar o poder, desde que não perdesse seus direitos políticos.
Começa então o período populista.
Seguiu-se então o governo do general Eurico Gaspar Dutra (1946-1950) e, no país, a disputa política passou a ser entre nacionalistas, que queriam um país livre da dominação estrangeira, principalmente livre do recém formado FMI, e entreguistas, que queriam o Brasil inserido no contexto capitalista internacional. Getúlio era o maior nome nacionalista, Carlos Lacerda, presidente da UDN, era o maior nome dos entreguistas.
Em 1950, ao final do mandato de Dutra, as eleições deram vitória esmagadora ao candidato Getúlio Vargas, que nesse período criou a PETROBRAS, porém, em 1954, devido à tentativa de assassinato de Carlos Lacerda por um agente supostamente ligado ao segurança de Getúlio, Gregório Fortunato (Anjo Negro), a situação passou a se mostrar favorável à um golpe entreguista e Getúlio, em uma de suas maiores "vitórias" políticas, deu um tiro no próprio peito, em agosto de 1954, atrasando o golpe militar em 10 anos.
O povo tomou as ruas revoltado, quebrando jornais entreguistas e obrigando Lacerda a fugir do país por um tempo.
Após um breve período de transição, com os presidentes Carlos Luz, Café Filho e Nereu Ramos, ganha as eleições Juscelino Kubitschek (JK – 1955-1960), que visava aliar características nacionalistas a um relativo investimento estrangeiro, tudo regulado pelo Estado, e só não foi derrubado pela UDN devido ao seu forte apelo popular, ao enfraquecimento das oposições após o suicídio de Getúlio (JK era do mesmo grupo político de Vargas), e à propaganda em torno da construção da novacap (Brasília).
Em 1960 a UDN ganha, pela primeira vez, uma eleição para presidência da República, com Jânio Quadros que, estranhamente, rompe com seu partido e passa a pregar a “política externa independente”, ou seja, reata relações com os países comunistas e diz que o Brasil não têm, necessariamente, que se aliar a nenhum dos lados da Guerra-Fria. Jânio renunciou devido à “forças ocultas” com menos de um ano de mandato. Em seu lugar, assume o seu vice, ex-ministro do trabalho de Getúlio Vargas, o declaradamente socialista João Goulart. O Brasil viveu, por pressão da oposição, um parlamentarismo entre 1961 e 1963, para enfraquecer o presidente.
Porém, um plebiscito indicou que a imensa maioria dos eleitores queria a volta do presidencialismo, fortalecendo o “Jango”. A partir de então o presidente passou a propor profundas transformações para o país através das “reformas de base”.
Acusando-o de comunista, setores específicos da sociedade como a UDN, os latifundiários, parte da classe média e a ala conservadora da Igreja Católica, com apoio da ESG (Escola Superior de Guerra – antigo Clube Militar), promoveram o golpe que iniciou uma Ditadura Militar (1964-1985) responsável por inúmeros atos de desrespeito aos direitos civis e por torturar e matar milhares de brasileiros.
Só entre 1985 e 1989, com a eleição de um civil (Sarney) e as “Diretas” que elegeram Collor, o Brasil se redemocratizou.
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