O adiamento da decisão sobre a regulamentação das pesquisas com células-tronco no Brasil, por parte do STF (Superior Tribunal Federal), por parte de um ministro vinculado aos interesses de grupos religiosos contrários à sua prática, após ter ficado clara a tendência de aprovação por parte dos demais ministros, demonstra mais uma vez a ingerência indevida dos grupos religiosos no Estado que, por princípio, desde os tempos do surgimento do ideal iluminista, que guia nossa organização política e consta inclusive das constituições das democracias liberais, é laico.
Ou seja:
Da mesma forma que, em nossa sociedade, ainda que existam exceções, é condenável qualquer tipo de ação contrária à liberdade religiosa, também é vetado aos grupos religiosos interferirem nos assuntos do Estado, inclusive no que se refere ao progresso da ciência, elemento tão incômodo aos religiosos em geral e aos fundamentalistas especificamente.
Isso se deve à um simples princípio: o Estado é para todos, enquanto que a religião cabe às escolhas individuais de cada um.
Sendo assim é permitido aos seguidores das mais diferentes religiões e seitas praticar os seus respectivos valores religiosos, abrindo mão do aborto, do uso de camisinha ou da prática da transfusão de sangue. Mas não é permitido à esses seguidores, pelo menos nos Estados modernos e democráticos, interferir nas escolhas individuais e nas políticas públicas que se referem aos demais, ou seja, aos que não seguem sua visão doutrinária.
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3 comentários:
E qual a solução que você sugere?
Sugiro que as leis não se pautem pela moral religiosa, mas por valores humanistas e científicos.
No caso específico, sugiro a aprovação e o estímulo às pesquisas sobre a utilização das células tronco.
Nos demais casos também, decisões de foro íntimo devem ser resolvidas no âmbito da vida privada.
Sem contar nos benefícios que esse tipo de "cirurgia" traria à toda sociedade (ou pelo menos aos que estiverem dispostos a usufruir de tais)
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