segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Cada povo tem a elite que merece (e vice-versa)

Em festa no Copacabana Palace no carnaval desse ano, cuja entrada custava R$1.000,00 por pessoa, copos de cerveja e outras bebidas foram derrubados sobre um caríssimo piano, em meio à restos de comida e espumas espirradas sobre a peça presente no hotel desde antes da Bossa Nova, sobre a qual já debruçaram e dedilharam diversos artistas cariocas e visitantes.
Pouco antes, na semana anterior ao carnaval, segundo noticiado na imprensa digital e impressa especializada em TV, no "realista" show global denominado Big Brother (em homenagem ao Grande Irmão de Orwell), um integrante afirmou que "Graças à Deus, não sou 'desses' de ficar lendo livros".
Ainda no contexto do Carnaval, uma das maiores escolas de samba do país associou, em seu samba enredo, um sambista dor de cotovelo como o autoproclamado "Belo", desses que aparecem aos montes de tempos em tempos graças ao jabá das grandes gravadoras, à nomes de poetas como Cartola, Adoniram e Pixinguinha.
Coroando com chave de ouro esse resumo de nosso perfil, a ministra da Integração Racial, assim como outros membros de alto escalão do Governo Federal - eleito por vontade e afinidade com o povo, vale destacar - foi "pega" abusando das compras e passeios particulares com o cartão de crédito corporativo do governo, bancado com o dinheiro de nossos pesadíssimos e injustos impostos.
Será impressão minha ou é essa a "elite" econômica, midiática e política que forma, ou deforma, a consciência e a opinião de milhões de brasileiros, cotidianamente?

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