terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Animal Político

“O homem é um animal político” – Aristóteles

Os homens estão sempre fazendo política. Mesmo que não seja política partidária, ou mesmo que não se candidate a nada, em cada ação social, no trabalho ou no lazer, cada vez que tenta sustentar um argumento ou que aceita ou contraria uma tese, os seres humanos estão sempre fazendo política.
Um acadêmico que pleiteia uma cadeira em uma determinada universidade, um condômino que defende melhorias no edifício ou condomínio onde vive, um associado que reivindica uma melhoria para seu clube ou o cidadão que argumenta com os amigos em uma trivial discussão no balcão do bar de seu bairro, todos temos nossas posições e a simples defesa de tais posições já constitui prática política.
Na Grécia Antiga, mais especificamente na cidade de Atenas, os chamados “bem-nascidos” ou “eupátridas”, que possuíam plenos direitos civis e políticos, convenciam os seus pares a adotar uma determinada posição em relação aos assuntos da cidade (em grego pólis – raiz do termo política) através de sua capacidade discursiva, a chamada oratória. Quem, mesmo possuidor de tal direito, se abstinha de opinar, acabava tendo que aceitar que os demais tomassem por si mesmos decisões que afetariam também sua vida, já que as políticas públicas afetam a todos, sem distinção.
Nos dias de hoje, quando alguns alegam, sob o justo argumento da desmoralização observada na classe política profissional brasileira, que “não gostam de política” ou que “não se envolvem em política”, estão, ao contrário do que pensam, contribuindo para a continuidade desse estado de coisas.
Muitas são as possibilidades políticas, desde o voto em um determinado candidato até o próprio voto nulo, desde que embasado em argumentos. Porém, se abster do debate, principalmente em épocas decisivas, como os períodos das eleições, é dar carta branca para que os demais decidam pelo futuro da comunidade e, consequentemente, pelo seu próprio futuro.Tomar partido de uma causa coletiva, defendendo os anseios de um determinado grupo, possuindo ou não afinidade com esse grupo específico, é uma atitude nobre e política. Principalmente quando essa atitude se mostra coerente e desinteressada.

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