Ainda que a independência política do Brasil tenha sido conquistada há 186 anos, completados no último domingo, 07 de setembro, nosso país está longe de poder se orgulhar de plena soberania.
Mesmo que não seja possível, em um planeta cada vez mais globalizado, esperar que qualquer país do mundo possa algum dia se considerar totalmente “independente” economicamente, é justo e até necessário considerar que a quantidade de recursos naturais e humanos presentes no Brasil é mais do que suficiente para que pleiteemos junto à comunidade internacional o posto de protagonistas desta globalização, ao lado de outros gigantes, em condições de igualdade não apenas jurídica – o que é um pleito legítimo para qualquer nação do planeta – mas também econômica e estratégica.
Não basta, para construir a soberania de um país, possuir instituições políticas autônomas e legitimamente eleitas pelos seus cidadãos se, frente aos desafios mais importantes que o contexto histórico lhe impõe, esse país não for capaz de garantir minimamente para esses seus cidadãos a segurança física e material, o respeito aos seus direitos e a possibilidade de desenvolvimento pessoal. Pensando dessa forma, fica evidente que o rompimento com a metrópole não é o fim de uma luta, mas o início de um processo muito mais amplo e demorado, já que não enfrenta mais um inimigo externo, mas diversos obstáculos e até inimigos internos na construção do desenvolvimento e da identidade nacional.
No caso específico do Brasil, o início da exploração do petróleo da chamada camada pré-sal, as pesquisas voltadas a um melhor aproveitamento sustentável dos recursos naturais da biodiversidade amazônica, o enorme potencial produtivo e de crescimento do país e a ampliação do mercado consumidor nacional, se acompanhados de investimentos maciços em educação (tanto na qualificação de mão-de-obra quanto em pesquisa e tecnologia), saúde (preventiva e clínica), e infra-estrutura (para o setor produtivo e para a qualidade dos bairros residenciais), poderão promover um movimento de independência ainda mais significativo que o do início do século XIX, pois, se a independência do passado libertou o país apenas dos grilhões colonialistas portugueses, a independência do presente poderá nos libertar dos grilhões da pobreza e da desigualdade.
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