Com 15 medalhas no total, sendo 3 de ouro, 4 de prata e 8 de bronze, o Brasil terminou os Jogos Olímpicos de Pequim em 23º lugar, um desempenho bem inferior às expectativas dos dias que antecederam o início dos jogos e os primeiros dias de provas.
Além da frustração das medalhas perdidas em provas consideradas “garantidas”, o desempenho geral do país decepcionou muita gente, principalmente após a euforia (exagerada) gerada pela realização do último Pan-americano, no Rio de Janeiro, que não contou com alguns dos principais atletas dos países participantes.
Levando-se em conta o tamanho, a diversidade e a crescente importância econômica do Brasil no cenário internacional, foi realmente um desempenho muito aquém daquele que acreditamos ser o potencial de nossa nação.
Porém, se levarmos em conta a falta de apoio de grande parcela do poder público ao esporte no país, já devíamos contar com esse relativo “fracasso”.
Os milhões de brasileiros que não possuem recursos próprios para se associar a um clube ou para freqüentar uma academia, muitas vezes passam a vida inteira sem acesso a qualquer modalidade esportiva que não sejam as mais populares e mais baratas de se praticar e, mesmo quando se destaca em alguma dessas modalidades, não possui apoio estatal para se desenvolver e, conquistando resultados, obter um patrocínio mais significativo para sua modalidade. Dessa forma, milhões de atletas em potencial se perdem nas pequenas, médias e grandes cidades brasileiras, já que na maioria delas não há infra-estrutura ou políticas esportivas voltadas aos mais necessitados.
É raro e até pouco provável que se encontre, nas periferias das cidades brasileiras, centros esportivos comunitários aonde o trabalhador e sua família possam praticar esportes variados e, sendo assim, ficamos na dependência de um ou outro “predestinado” que, por sorte ou acaso, consegue se destacar e conquistar vitórias internacionais para o esporte brasileiro.
Sendo assim, só quem possui recursos próprios, como o nadador medalha de ouro César Cielo, que treinou nos EUA por conta do dinheiro dos pais, consegue a tão sonhada oportunidade da medalha olímpica, salvo raras exceções.
E isso não acontece só nos esportes, pois nas áreas da cultura e da ciência também são poucos os brasileiros que conseguem apoio do governo para se desenvolver e realizar um bom trabalho.
É preciso urgentemente que municípios, estados e federação pratiquem políticas públicas que permitam aos brasileiros, sem distinção econômica, realizar de maneira plena seus dons pessoais e sonhos profissionais. Senão, continuaremos sendo medalha de ouro sim, mas em desigualdade social.
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Edis e afins...
Todas as grandes civilizações da História instituíram algum instrumento burocrático com o objetivo de organizar a administração local, viabilizando assim a manutenção da ordem jurídica e administrativa nos seus mais diferentes rincões.
Ao longo da História, o primeiro caso significativo foi o da Pérsia que, durante o governo de Dário I, dividiu o império em “satrápias” (províncias), administradas por funcionários denominados sátrapas e fiscalizadas por homens que recebiam a alcunha de “olhos e ouvidos do rei”.
As províncias romanas também tinham seus administradores locais e, ainda em Roma, surgiram os denominados edis, que eram responsáveis pela administração e pela defesa da lei nas grandes cidades do império, principalmente na própria Roma.
Já na Idade Média, no Reino Franco, que atingia toda a Europa ocidental a partir da Gália (França), Carlos Magno criou os sheriffs, depois denominados condes que, ao lado dos marqueses e duques, defendiam e governavam o reino em nome do imperador, dando início, após a queda da dinastia de Carlos Magno (Carolíngia) à nobreza feudal européia.
No Brasil, já no primeiro século da colonização (XVI), baseado na legislação portuguesa, o rei criou as câmaras municipais que, compostas por representantes da elite latifundiária, denominados “homens-bons”, eram responsáveis pela administração das vilas e municípios.
Hoje, são os vereadores municipais que exercem esse papel nos municípios brasileiros.
Tão importante quanto a escolha do próximo prefeito é a escolha dos homens e mulheres que exercerão o cargo de vereador nos municípios brasileiros entre 2009 e 2012, afinal, legislando e aprovando ou reprovando as propostas do executivo municipal, o poder legislativo também é responsável pelo que acontece em uma administração pública.
Ao longo da História, o primeiro caso significativo foi o da Pérsia que, durante o governo de Dário I, dividiu o império em “satrápias” (províncias), administradas por funcionários denominados sátrapas e fiscalizadas por homens que recebiam a alcunha de “olhos e ouvidos do rei”.
As províncias romanas também tinham seus administradores locais e, ainda em Roma, surgiram os denominados edis, que eram responsáveis pela administração e pela defesa da lei nas grandes cidades do império, principalmente na própria Roma.
Já na Idade Média, no Reino Franco, que atingia toda a Europa ocidental a partir da Gália (França), Carlos Magno criou os sheriffs, depois denominados condes que, ao lado dos marqueses e duques, defendiam e governavam o reino em nome do imperador, dando início, após a queda da dinastia de Carlos Magno (Carolíngia) à nobreza feudal européia.
No Brasil, já no primeiro século da colonização (XVI), baseado na legislação portuguesa, o rei criou as câmaras municipais que, compostas por representantes da elite latifundiária, denominados “homens-bons”, eram responsáveis pela administração das vilas e municípios.
Hoje, são os vereadores municipais que exercem esse papel nos municípios brasileiros.
Tão importante quanto a escolha do próximo prefeito é a escolha dos homens e mulheres que exercerão o cargo de vereador nos municípios brasileiros entre 2009 e 2012, afinal, legislando e aprovando ou reprovando as propostas do executivo municipal, o poder legislativo também é responsável pelo que acontece em uma administração pública.
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