sábado, 9 de outubro de 2010

Democracia positivista

Os fundadores da República brasileira, no final do século XIX, eram, em sua maioria, adeptos da filosofia positivista de Auguste Comte. Simplificando, esse pensamento defende basicamente a idéia de que alguns poucos esclarecidos teriam não somente o direito, mas também o dever de guiar a população comum, considerada sem conhecimento, na busca pelo progresso. Esse pensamento está grafado em nossa bandeira nacional através do lema “Ordem e Progresso”.
Em algumas eleições, inclusive na do último domingo, indivíduos e grupos específicos, ao se depararem com o “recado” das urnas, costumam se referir aos mesmos argumentos do século XIX para justificar aquilo que, muitas vezes, contraria suas opiniões e interesses. Manifestam assim, ainda que involuntariamente, preconceitos positivistas do século retrasado.
Nenhum dos maiores grupos políticos do país saiu totalmente vencedor ou totalmente derrotado das eleições. O equilíbrio observado só reforça a democracia e o povo (que somos todos nós), apesar dos milhões de votos para candidatos “controversos”, merece o direito de escolher.
Qualificar essa escolha depende de investimentos bem aplicados em educação e cultura.

Um comentário:

Klaus disse...

É isso aí, professor! Acho mesmo que a educação é essencial. O último debate não nos mostrou propostas, só acusações, e a questão da educação desde o primeiro turno foi debatida ao mínimo, embora eles digam que se iguala em importância a saúde e segurança. Aliás, disso eu discordo, educação ao meu ver precisa vir antes! E aí por si só ela volta em forma de saúde e segurança.
Apareça lá no Batata, estamos pegando no pé desses candidatos =P
Um forte abraço ^^

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