O uso da força para tentar impedir a posse de
políticos oposicionistas (http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/01/1726032-policia-impede-acesso-de-grupo-de-deputados-opositores-a-assembleia-venezuelana.shtml) e a ação judicial da semana passada, que impugnou três dos eleitos, impedindo a obtenção da supermaioria pela oposição, anunciam
dias difíceis para os parlamentares da Mesa de Unidade Democrática, coalizão
que se opõe ao governo de Nicolás Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez e
atual presidente da Venezuela.
Nos
últimos anos, os bolivarianos sustentaram seu projeto político na Venezuela
através do assistencialismo, da repressão à qualquer tipo de oposição e de mudanças unilaterais na
Constituição. Porém, com as recentes e seguidas quedas no preço do barril de
petróleo, sustentáculo da economia venezuelana, o governo perdeu poder de
atuação em todas essas práticas, situação agravada pelo descontentamento
popular com a crise econômica que assola o país.
Também
se esgotou a estratégia governamental de colocar a culpa de todos os problemas
internos do país na “colonização espanhola” e no “imperialismo americano”. De
prato vazio e sem acesso a itens básicos de consumo, o povo se cansou de ouvir
teorias sobre os “culpados” e passou a exigir soluções que o atual sistema de
poder não pode mais oferecer, se é que um dia pôde, daí a esmagadora vitória da
oposição nas eleições legislativas de 2015.
Resta
saber quais serão os próximos movimentos de ambos os lados desse tabuleiro e
qual será a reação da comunidade internacional à uma eventual radicalização do
regime de Caracas, em destaque a do Brasil, único gigante da região e
recentemente fiador da entrada da Venezuela no MERCOSUL.
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