sábado, 28 de novembro de 2009

Párias e políticos

Ainda que alguns analistas e veículos, como o New York Times, tenham considerado que a recepção ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, tenha sido uma espécie de afronta do Brasil aos EUA, como um recado segundo o qual o Itamarati assinalaria com a mensagem “fazemos o que queremos”, outras fontes, repercutidas na Folha de São Paulo por Clóvis Rossi, consideram que o Brasil, na verdade, estaria tomando uma atitude de sutil alinhamento com os interesses das grandes potências mundiais.
Afinal, a ONU, enquanto instituição, e o próprio presidente norteamericano, Barack Obama, em diversas ocasiões exortaram o governo brasileiro a utilizar o seu próprio exemplo para convencer o Irã de que Urânio pode ser enriquecido sem problemas, desde que para fins pacíficos. O Brasil possui quase toda a tecnologia necessária para a bomba atômica, mas opta pela utilização do recurso apenas para a produção de energia.
Assim, Lula, que também recebeu os presidentes de Israel e da Autoridade Nacional Palestina (ANP) nas últimas semanas, estaria apenas fazendo o que lhe foi pedido: dialogando com um dos maiores párias da política mundial para convencê-lo a ser mais “paz e amor”.
Capital político para isso nosso presidente tem... e de sobra.
Quanto à outras questões importantes, como a existência legítima de Israel, a verdade histórica do holocausto ou o apoio ao terrorismo islâmico, temas que envolvem direta ou indiretamente o Irã, pelo menos desde a Revolução Islâmica do aiatolá Khomeini, mentor espiritual de Mahmoud, toda a comunidade internacional conhece, e bem, a posição do Brasil. Não é uma visita oficial que mudará nossa tendência histórica à tolerância e ao dialógo.

Um comentário:

Klaus disse...

Ainda estou apavorado com as informações que a Globo solta à respeito das peripécias do presidente Iraniano de nome impronunciável. Se for pra levar a sério o que esse pessoal da Globo diz, o holocausto deve ter matado mais Judeus do que existem.

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