segunda-feira, 31 de março de 2008

A História em Vídeo-Clipe

http://www.youtube.com/watch?v=FoNmNmXExZ8

Fique esperto

"Se ligue, caia fora" - Timothy Leary

Todas as vezes que a humanidade se desembestou feito rebanho atrás de uma idéia absoluta o caldo entornou. Como bem explicou Glauber Rocha, no seu "Deus e o Diabo na Terra do Sol", as pessoas parecem ter uma tendência natural a procurar a salvação em tudo o que é canto, menos em si mesmas.
Qualquer demagogo com um mínimo de informação e autoconfiança, capaz de escrever três linhas que digam exatamente o que a maioria das pessoas quer ouvir, consegue levar uma tribo inteira (ou muitas delas) no bico. Multidões inteiras se dipõem a se jogar, sem nem olhar, nos mais tenebrosos precipícios.
Em nome de uma suposta "verdade" se cometem linchamentos, massacres, genocídios. Ai daquele que ousar discordar.
Exemplos na História não faltam: Inquisição, Jihad, Holocausto, Eugenia...
Quando a "verdade" dispõe então de uma máquina de propaganda, esqueça a dissidência, "siga a matilha ou vá morrer sozinho".
Entre os adolescentes a tendência é mais explícita, mas também mais compreensível.
Quando o rapaz ou a garota estão formando sua personalidade, é natural que procurem referências a serem seguidas. Mas, depois de alguns anos, essa atitude se torna ridícula.

Não há resposta para quase nada em lugar algum, pelo menos sobre as coisas que realmente fazem a diferença. Você vai ter que buscar sua própria teoria e seu próprio caminho. É o único jeito de ser feliz.
Esqueça seu pai, pastor ou professor. Esqueça o Che, o Elvis ou o Raul. Esqueça Osama, Bush, Chávez... Assimile o que há de positivo em cada um deles (quando houver), construa sua identidade e siga seu caminho.
É a coisa mais digna que você pode fazer por si mesmo.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Nos olhos dos outros...

O país mais liberal do mundo (do ponto de vista econômico), aquele que foi o primeiro a implantar um modelo baseado no iluminismo, aquele que deixa milhões de pesssoas por ano sem atendimento médico, aquele do faroeste, do self-made-man, da livre iniciativa, do self-service, da junk-food, esse mesmo que você está pensando, é também o país que subsidia megacorporações e latifúndios, que promove guerras milionárias para ganhar dinheiro na indústria bélica e na energética, que isenta fortunas de impostos, que socorre bancos em momentos de falência, que anunciou recentemente um mega pacote para socorrer fundos de investimento imobiliário, ao mesmo tempo em que reduz gastos no "assistencialismo" e nos projetos sociais.
Sem dúvida é extremamente competitivo e competente, mas é esse o modelo que queremos?
Como diz o ditado: "Pimenta nos olhos dos outros é refresco".

PS: Só para efeito de comparação, o Canadá, vizinho menos rico e competitivo dos EUA, oferece todo e qualquer tratamento de saúde a custo zero para os seus cidadãos. A paupérrima Cuba também. O Brasil tem o SUS, que não é grande coisa mas está aí, à disposição do rico ou do pobre.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Cá e lá...

A renúncia do governador de NY, nos EUA, após a constatação de seus "programas" e dos custos dos mesmos dão uma clara demonstração das semelhanças e diferenças entre as democracias daqui e de lá.
A semelhança, ainda que em escalas diferentes, é que escândalos, assim como a corrupção - caso seja comprovado que as call-girls eram remuneradas com dinheiro público - não são exclusividade nem nossa, nem deles, e nenhum país do mundo está imune, como vários exemplos demonstram.
Por outro lado, a diferença mais explícita diz respeito à repercussão, já que o governador de NY renunciou ao cargo antes mesmo que se confirmassem qualquer das suspeitas mais graves, afinal, contratar garotas de programa pode arruinar um orçamento doméstico ou um casamento, além da "moral" do envolvido perante a sociedade (dependendo da sociedade), mas não significa necessariamente despreparo ou incompetência administrativa.
Aqui, nas paragens tropicais em que vivemos, o sujeito primeiro ia negar "peremptoriamente" qualquer caso com a referida garota. Em seguida, diante das evidências, ia afirmar que foram só alguns casos esporádicos e, após confirmada a quantia, no caso do exemplo, cerca de 80 mil dólares, o sujeito ia ser afastado do cargo sob homenagens dos colegas e acusações à "imprensa golpista" ou à "esquerda radical", dependendo da posição do envolvido.
Outra diferença, ainda que mais sutil, é que nessas terras patriarcais e rústicas, de sangue e cultura latina, o sujeito ia conquistar uma fatia muito peculiar de eleitores/admiradores, além da tal garota de programa assinar um contrato milionário para sair nua em uma revista masculina, com "exclusividade".
Fica difícil distinguir o "panis" do "circenses".

domingo, 9 de março de 2008

O Estado laico e as células-tronco

O adiamento da decisão sobre a regulamentação das pesquisas com células-tronco no Brasil, por parte do STF (Superior Tribunal Federal), por parte de um ministro vinculado aos interesses de grupos religiosos contrários à sua prática, após ter ficado clara a tendência de aprovação por parte dos demais ministros, demonstra mais uma vez a ingerência indevida dos grupos religiosos no Estado que, por princípio, desde os tempos do surgimento do ideal iluminista, que guia nossa organização política e consta inclusive das constituições das democracias liberais, é laico.
Ou seja:
Da mesma forma que, em nossa sociedade, ainda que existam exceções, é condenável qualquer tipo de ação contrária à liberdade religiosa, também é vetado aos grupos religiosos interferirem nos assuntos do Estado, inclusive no que se refere ao progresso da ciência, elemento tão incômodo aos religiosos em geral e aos fundamentalistas especificamente.
Isso se deve à um simples princípio: o Estado é para todos, enquanto que a religião cabe às escolhas individuais de cada um.
Sendo assim é permitido aos seguidores das mais diferentes religiões e seitas praticar os seus respectivos valores religiosos, abrindo mão do aborto, do uso de camisinha ou da prática da transfusão de sangue. Mas não é permitido à esses seguidores, pelo menos nos Estados modernos e democráticos, interferir nas escolhas individuais e nas políticas públicas que se referem aos demais, ou seja, aos que não seguem sua visão doutrinária.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Barril de Pólvora

Apesar da renúncia do Fidel Castro ao poder em Cuba, maior símbolo esquerdista de resistência política nos trópicos, os episódios recentes envolvendo o Equador, a Venezuela e a Colômbia demonstram que os conflitos políticos nas Américas estão longe de se encerrar.
O assassinato do número 2 das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Rául Reyes, por bombardeios e tropas colombianas em território equatoriano provocou reações ásperas e legítimas do presidente do Equador, Rafael Correa, contra o presidente colombiano Álvaro Uribe e o que Correa considerou um “ultraje contra a soberania equatoriana”.
O que causou surpresa foi a reação de Hugo Chávez, presidente venezuelano que, ainda que seja um forte aliado de Rafael Correa e um desafeto assumido de Álvaro Uribe, não possui ligação direta com o incidente, a menos que queira explicitar definitivamente seu apoio às Farc, organizações consideradas terroristas pela comunidade internacional.
Chávez retirou todos os funcionários da diplomacia venezuelana na Colômbia e enviou batalhões, tanques e aviões militares para a fronteira entre os dois países.
No caso, ainda que pouco provável, de uma guerra declarada na América Latina, vários são os vizinhos hostis à Colômbia, quer por questões políticas ou territoriais, como a própria Venezuela, o Equador e a Nicarágua.
Por outro lado, sob o argumento da guerra ao narcotráfico, os EUA enviam para o departamento de defesa colombiano milhões de dólares anuais, além de apoio logístico e de possuírem dezenas de soldados no território colombiano.
Soma-se à isso o fato de que Hugo Chávez, ainda que mantendo estreitas relações econômicas com os EUA, principalmente no que diz respeito à venda de petróleo, se autodenomina “inimigo do império”, e dificilmente a maior potência do mundo, com interesses geopolíticos estratégicos na América Latina, irá se abster do conflito.
Outra potência mundial interessada no desfecho do conflito é a França, já que a senadora colombiana Ingrid Betancourt, possuidora de cidadania francesa, se encontra desde 2002 em poder das Farc, na condição de refém política. Ingrid foi seqüestrada enquanto fazia campanha para a presidência da Colômbia.
Quanto ao Brasil, que fabrica os “supertucanos” utilizados no bombardeio colombiano às Farc no Equador, mas que também mantém boas relações com a Venezuela e com o próprio Equador, estará na tensa posição de mediador do conflito, colocando em prova sua capacidade de se consolidar como o braço ocidental na difícil missão de garantir a estabilidade na América do Sul.
Se haverá ou não uma guerra, os acenos dados pelos dois lados da fronteira Venezuela/Colômbia e a atuação política dos países interessados, como EUA, França e Brasil, é que irá determinar.

República Verde-Oliva

Na hipótese de que o anseio da parcela mais radicalmente à direita da sociedade brasileira seja atendido, não seria a primeira vez que u...